A CIÊNCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO - FICHAMENTO
Em seu artigo A ciência como forma de conhecimento, publicado na revista científica virtual Ciência & Cognição, 2006; vol 08:127-142 , C.A.Á. Araújo analisa as particularidades da ciência enquanto forma de conhecimento, partindo das relações entre os diversos tipos de conhecimento: o senso comum, o religioso, o artístico, o filosófico e o ideológico, até o contexto contemporâneo da ciência pós-moderna, passando pelas significativas contribuições de Descartes, Bacon e Galileu na formação da ciência moderna. E finaliza seu artigo fazendo referência aos estudos que têm a ciência como objeto de estudo e problematização.
Araújo, citando Lakatos e Marconi, 1986:17, afirma que “ao se falar em conhecimento científico, o primeiro passo consiste em diferenciá-lo de outros tipos de conhecimento existentes”. Todavia, considera importante ressaltar a importância do processo de conhecer que envolve alguns elementos imprescindíveis: o sujeito, o objeto, o movimento do sujeito em direção ao objeto e os instrumentos utilizados nessa interação mediada pelo tempo e pelo espaço. Também salienta que essa interação pressupõe duas dinâmicas: “a abertura para o mundo e [sua] cristalização”(França,2001:43), o que podemos traduzir como a interação entre conhecimento novo em relação ao conhecimento prévio.
Abordando sobre as diferentes formas de conhecimento, o autor identifica o “senso comum” como sendo aquele “adquirido no cotidiano, empírico por excelência, (...) adquirido por meio da experiência” e, citando Gressler, 2003:27, afirma “não é sistemático, nem eficiente e não permite identificar conhecimentos complexos ou relações abstratas”. Trata-se de um conhecimento “superficial, sensitivo, subjetivo, assistemático e acrítico”(Lakatos e Marconi, 1986:19). Devido ao seu caráter imediatista essa forma de conhecimento “não possui sofisticação. Não problematiza a relação sujeito/objeto (...) [e] não distingue entre fenômeno e essência...