A cidade e as serras - análise
Eça de Queirós (1845-1900) * Divisor de águas entre a tradição e a modernidade; * Autor com três fases literárias:
1ª fase
Escritos folhetinescos com influência romântica
2ª fase 1874 – “Singularidades de uma rapariga loira” (conto) 1875 – O crime do padre Amaro Realismo implacável:
“A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa (...) e mostrar-lhe, como num espelho, que triste país eles formam- eles e elas.”
3ª fase Realismo de cores mais suaves, mantendo a perspectiva crítica, deu maior curso à fantasia e ao lirismo. A ilustre casa de Ramires (1900)
A cidade e as serras (1901)
Aspectos Históricos * Despertar de um sentimento ultranacionalista causado pelo “Ultimato” inglês em 1890.
* Visualização da situação de subdesenvolvimento português levando ao desejo de mudança.
* Era necessário identificar as fraquezas para melhor combatê-las, era preciso reconhecer as virtudes para despertá-las.
O Livro * Surge a partir do conto “Civilização” (1892). * Obra póstuma terminada pelo escritor Ramalho Ortigão. * Ausência de intriga romanesca, aparecimento do tom memorialista (uma personagem – José Fernandes – relata a história de Jacinto de Tormes). * Tema universal – vida entre as massas e a solidão. * Antítese entre a civilização (cidade) e a natureza (serras) * Tese – O homem só é verdadeiramente feliz longe da civilização, do progresso, da máquina. * “fugire urbe”- culto da natureza, da simplicidade e da ingenuidade (= bucolismo)
Narrador
“Jacinto e eu, José Fernandes, ambos nos encontramos e acamaradamos em Paris, nas escolas do Bairro Latino”.
Foco narrativo * Primeira pessoa * Narrador-personagem * Narrador – personagem secundário (deuteragonista) * Protagonista – Jacinto
Caracterização do narrador * Onisciente ou observador?
“Reparei então que o meu amigo emagrecera; e que o nariz se lhe afilara mais entre duas rugas