A CIDADE GENÉRICA
1. Introdução
Koolhaas apresenta seus questionamentos quanto à cidade contemporânea, dentre eles os que mais se destacam são: quais são as desvantagens da identidade e quais são as vantagens da falta de identidade. Na medida em que a identidade deriva da substância física, do histórico, chega-se a conclusão que nada contemporâneo (criado por nós) pode contribuir com ela.
Em um modelo em que o crescimento populacional é exponencial e levando em consideração a identidade como uma forma de compartilhar o mesmo passado, proporcionalmente no futuro haverá cada vez menos a ser compartilhado. Isso também é enfatizado pela massa de turistas que cresce constantemente que, em sua busca perpétua por caráter, acaba esmagando qualquer resquício de identidade.
“Quanto mais forte é a identidade, mais ela aprisiona, mais resiste à expansão, à interpretação, à renovação, à contradição”. (pág. 73-74)
A identidade centraliza, precisa de uma essência, de um ponto, por isso é caracterizada pela presença do centro, que cada vez se torna maior, diluindo tanto a força quanto a autoridade do núcleo. A distância entre o centro e o fim do seu raio de influência aumenta tanto até chegar ao seu ponto de ruptura e nessa perspectiva é que se descobre a periferia. Entretanto, o recente interesse quanto à periferia só demonstra quanto ela está relacionada ao centro: sem o segundo a primeira não existe, ou seja, o interesse desta compensa o vazio daquele.
A insistência no centro como núcleo de valor e importância, fonte de toda significação, é duplamente destrutiva: o volume cada vez maior de dependências não somente constitui uma pressão totalmente intolerável, mas também supõe que o centro deve ser constantemente mantido, ou seja, modernizado. Como o lugar “mais importante” tem que ser, ao mesmo tempo, o mais antigo e o mais novo.
A Cidade Genérica é aquela sem história, livre do cativeiro do centro. Não precisa ser mantida; se está pequena, basta