A cidade como espaço sócio cultural
Francilete Souza de Almeida
O homem e a natureza são básicos para compreensão cultural, as relações culturais se processam em um espaço. “Não se pode compreender a cultura de um determinado grupo humano sem conhecer o quadro natural em que o grupo se move.” (DIAS, 1961. p, 233). A cidade é agregadora de manifestações que coexistem e modificam as relações humanas, criam e recriam hábitos materializados no espaço. O espaça urbano é cada vez mais o espaço da cultura, o lugar onde florescem, desabrocham e germinam as idéias, os valores de modernidade, a inovação e a criação, porque a cidade congrega, une e reúne, influência, multiplica, combina e potencializa as varias sensibilidades e talentos. Para compreensão da cidade como espaço sócio cultural é necessário que se pense a cultura, Eagleton (2003) afirma que é necessário perceber os diferentes significados da palavra cultura. Faz-se uma descodificação do termo que acompanha o êxodo rural para as cidades. Inicialmente ligado como o campo, faz parte de uma população que não se relaciona diretamente com as atividades da terra, mas antes daqueles que tem tempo para instruir. Ainda para o referido autor a natureza estabelece continuidade entre o homem e o ambiente. Já cultura tem um significado diferente: realça as diferenças. O homem apesar de fazer parte da natureza pode ser distinguido pela capacidade de se automodelar. Os seres humanos não são meros produtos de seus ambientes. Há a passagem do natural para o artificial. Cultura, não sendo o mesmo que civilização, é uma forma de poder que depende da sociedade civil seja harmoniosa e responsável, seja humana que é o mesmo que “livre de conflito”. Os cidadãos são formatados de acordo com as necessidades políticas; no entanto a cultura é contraria a política, pois favorece todas as qualidades humanas e não uma em especial; implica uma visão global não só dos interesses próprios, mas também dos outros. Existe uma interligação