A cidade antiga - resenha
A obra, dividida em cinco partes (livros) deixa patente que é na busca no passado, a explicação para presente: “o homem é o produto e o resumo de todas as suas épocas anteriores”, afirma. E segue, rematando que a maneira de se compreender uma sociedade, incluindo a que vivemos, é conhecer suas crenças e relações familiares a partir de suas leis e regulamentos, pois, segundo o autor, não são as regras que impõe os comportamentos, mas, pelo contrário, surgem como necessidade de especificar e organizar os costumes em um corpo unificado de leis. “Se as leis da associação humana já não são as mesmas das da antiguidade, o motivo está em que algo do próprio homem se transformou” conceitua.
A divisão da obra em frações, pelos próprios títulos situam o leitor: Crenças Antigas, o primeiro livro; O segundo, A Família; A Cidade, é o titulo do terceiro livro; As Revoluções, o quarto e encerra com o título Desaparece o Regime Municipal.
Na parte inicial da obra, são definidas as crenças, o modo de pensar e agir dos povos, na antiguidade. Ênfase singular à morte e à alma. Enquanto consideravam a primeira como uma mera mudança de estado, intuíam que a alma continuava a viver na terra perto dos vivos, e por isso, a importância dos túmulos e ritos fúnebres, já que continuariam a ‘viver’ debaixo da terra. Aliás, segundo o autor, essa é a origem da necessidade da sepultura aos mortos, pois a crença apregoava que o insepulto não tinha morada e por isso, não era feliz. Temia-se mais a privação do sepultamento digno quanto a própria morte.
Situações como a descrita, podem parecer inexplicáveis diante dos olhos do mundo contemporâneo. Porém, e