A CIBERCULTURA PUNK
Taynah Bianchi
Resumo
A proposta deste artigo é analisar a ligação entre a cibernética e o movimento punk dos anos 70, conhecida como cyberpunk. Identificaremos a influência do estilo punk na comunicação e como ele fez com que gerações quebrassem barreiras – seja na literatura, música, arte ou moda – com o famoso “Do It Yourself” (DIY). Na sequência, faremos a tradução do lema DIY comparando-o com as três leis da cibercultura: emissão, conexão e reconfiguração.
Palavras-chave: cyberpunk, comunicação, DIY, cibercultura
1. INTRODUÇÃO
O movimento punk surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra em meados da década de 70 como uma reconfiguração da cultura da época, tendo como tema principal o “faça você mesmo” ou “Do It Yourself”. O DIY ganhou diversas expressões com o estilo punk e foi muito além da música e da política. O “ser punk” teve seu lugar na literatura, com as letras rebeldes, na moda, com roupas largadas e rasgadas, na arte, na comunicação e no comportamento, adotando um novo jeito de ser e viver, baseado no princípio da autonomia, recusando a cultura vigente e sendo radical, rebelde e agressivo.
Nos Estados Unidos, nos anos 70, se desenvolvia também a microinformática, e com ela se deu o começo da cibercultura – considerada mais que uma questão tecnológica e assim como o punk, uma atitude influenciada pela contracultura. No caso desta, contra o poder tecnocrático – onde a tecnologia e seus profissionais controlam todas as decisões. O pesado movimento punk acabou, mas as marcas e a influência deixada em toda a sociedade da informação foram grandes.
No caso do Brasil, no final dos anos 70, em plena ditadura, ele também criou sua cena punk, que começou apenas em São Paulo e Brasília e depois se alastrou para outros estados. Como os discos estrangeiros eram difíceis de encontrar, os fãs gravavam fitas K7 e compartilhavam entre eles mesmos. Grupos como Cólera, Olho Seco e Aborto Elétrico, do cantor Renato Russo, seguiam o