a chance de virar o jogo
A desconfiança mútua entre governo, empresariado e investidores tem cobrado um preço alto da economia brasileira. O governo entende que os investidores pensam unicamente em extrair o máximo de lucro do mercado. Já os empresários se sentem desprezados pela falta de apoio do governo. Sem muitas cartas na manga, o governo prepara uma rodada de concessões de infraestrutura programada para este ano, esperando passar para a iniciativa privada, nacional e estrangeira, blocos de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, etc. Em outubro, acontecerá um evento na Fiesp para aproximar potenciais investidores entre si. Além de grupos nacionais, estrangeiros também vão participar dos leilões. No caso das ferrovias, há interesse de chineses, espanhóis e russos. A vinda de recursos externos será importante também para financiar os projetos. O governo se propôs a bancar até 70% da maior parte dos empreendimentos com recursos do BNDES, mas conta com parte considerável de recursos externos. É notável que a infraestrutura do Brasil não suporta a atual dimensão de nossa economia. Um exemplo simples é a dificuldade de escoamento do produto, onde rodovias, cada vez mais tomadas de caminhões, não recebem investimentos adequados tornando-as cada vez mais esburacadas e congestionadas. Tudo isso reflete no preço final do produto. É extremamente necessário que os pacotes de concessões tenham sucesso, este é o voto de confiança para que o Brasil recupere a credibilidade e que seja um país bem visto pelos investidores. O governo parece estar se mexendo, mas ao meu ponto de ver, pouca coisa irá acontecer antes das eleições de 2014.