A centralidade dos movimentos sociais
Dafiana do Socorro Soares Vicente[2]
O texto “A centralidade dos movimentos sociais na articulação entre o Estado e a sociedade brasileira no século XIX e XX” trás em seu arcabouço um tópico que descreve a efervescência dos movimentos sociais no período de 1945 a 1964. Nesta ocasião, no cenário brasileiro, vários movimentos emergiram da sociedade civil organizada, objetivando melhores condições de vida para todos os cidadãos brasileiros. Estas expressões de lutas, nos espaços urbanos, se deram devido à precariedade na vida social da maioria da população, reflexo do fenômeno migratório de diversos sujeitos do campo para a cidade. Esta mobilização era vista como uma alternativa plausível para melhorar a condição de vida da população campesina, todavia, esta falácia possibilitou o aumento das desigualdades sociais. Esta nova realidade foi um terreno fecundo para o surgimento e fortalecimento de diversos movimentos de luta entre a classe operária, os empresários e o Estado brasileiro. È importante, salientar, que nesta ocasião, João Gulart, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), ascendeu como presidente da República, tornando-se a voz do povo, dos pobres e oprimidos, dos analfabetos, dos camponeses. Em seus discursos políticos, João Goulart, apresentava alguns pilares na luta por uma nação igualitária e democrática, são eles: promover a paz; interna; garantia dos direitos democráticos; respeitar a vontade do povo; lutar pela inviolabilidade da soberania nacional; pela reforma agrária e tributaria, pelo direito do analfabeto ao voto e emancipação econômica do país[3]. Os ideários do presidente João Goulart foram encarados pelos militares como uma ameaça a ordem vigente. Receosos pela implantação do comunismo no Brasil, os militares uniram forças contra o governo trabalhista de Jango. Para evitar o avanço desta “ameaça nacional”, a implantação do