A censura durante a ditadura civil-militar brasileira
Em um governo ditatorial, a censura é inerente. Não há como reprimir os cidadãos sem filtrar o material ao qual eles têm acesso. Por esse motivo pode-se afirmar que a censura não foi uniforme durante a ditadura civil-militar brasileira, e, além disso, que sua intensidade variou de acordo com o radicalismo autoritário do governo. Seguindo essa lógica, é possível a criação de um panorama: a censura pré A.I.-5, pós A.I.-5 e durante o governo Geisel.
A censura antes do A.I.-5 abrange as medidas tomadas tanto por Castello Branco, quanto por Costa e Silva. Ambos alegavam, no início, que se comprometiam com a democracia e a liberdade de imprensa, e a censura não foi oficialmente declarada até 1968. Apesar dessa alegação, desde o início da instalação do poder militar, jornais de esquerda foram empastelados e a oposição reprimida (donos de jornais foram presos e suas obras, destroçadas).
A partir da declaração do A.I.-5, a ditadura iniciou sua fase desmascarada. No dia seguinte à declaração, sedes de jornais e revistas importantes, como a Folha de São Paulo, Veja, O Pasquim, entre outros, foram invadidos e suas publicações colocadas em censura permanente. Tudo aquilo que iria ser publicado passava por revisão, podendo haver alterações de edições já impressas e consertos de última hora, obrigando os editores a colocar receitas de bolo, anedotas e materiais de entretenimento no lugar da matéria proibida.
Essa foi a fase de maior repressão dos veículos informacionais, a qual durou entre o fim do governo de Costa e Silva e o início do mandato de Ernesto Geisel. Este, por sua vez, mudou o cenário da repressão governamental. Sendo um militar moderado, ele, desde o início