A causação circular e acumulativa de Myrdal
Sem um modelo formal, sua argumentação baseia-se no relato de uma trajetória provável de desenvolvimento regional e na ideia de causação circular e acumulativa.
De acordo com o autor, haveria mecanismos que, uma vez iniciados, seriam mutuamente reforçados pelas forças de mercado e conduziriam as regiões por caminhos divergentes.
A aplicação do modelo conceitual de Myrdal pode ser feita ao se supor um surto de crescimento em uma determinada região por uma razão fortuita. Após esse evento, seus recursos produtivos seriam “despertados” e ela passaria a atrair recursos produtivos (trabalho, capital e espírito empreendedor) de outras regiões.
Os negócios ali implantados ampliariam o mercado para novos empreendimentos que, por sua vez, gerariam mais lucro e mais poupança e, em consequência, outra rodada de investimentos. A migração seletiva pode reforçar ainda mais essa tendência, uma vez que os imigrantes seriam os mais empreendedores e capazes, ao passo que as regiões perdedoras tenderiam a reter os trabalhadores menos produtivos.
Também em relação ao capital, o sistema bancário o fará fluir das regiões estagnadas para as regiões dinâmicas, ampliando a desigualdade regional.
Assim como Myrdal, o economista alemão radicado nos Estados Unidos Albert Hirschman (1915- ) faz parte dos grandes teóricos da economia do desenvolvimento do Pós-Guerra. Com atuação em diversos ramos da teoria econômica, suas contribuições para o desenvolvimento regional constam em seu influente livro The Strategy of Economic Development.
Opostamente a Mydal (1957) – que vê na desigualdade um problema –, Hirschman (1958) a considera uma necessidade ou quase um requisito do processo de desenvolvimento. Ao invés de uma trajetória de crescimento contínua, sem