A casa, rua e trabalho

A casa, a rua e o trabalho Se observarmos uma sociedade brasileira por exemplo, há nela um nítido movimento rotineiro. A casa e a rua se interagem em um ciclo que é cumprido diariamente. Existe entre elas uma divisão entre dois espaços sociais que dividem a vida social: o mundo da casa e o mundo da rua, onde se encontram o trabalho, o movimento, a surpresa e a tentação. A rua é o lugar de movimento, em contraste com a calma e a tranquilidade da casa. Em casa somos membros de uma família, um grupo fechado. Se núcleo é de pessoas que possuem uma mesma substancia. A ideia de um destino em conjunto e de objetos, relações, valores, também chamados de tradições de família, que é importante resguardar e preservar. Tais valores também podem ser chamados de honra, vergonha, pois famílias bem definidas e com alto sentido de casa e grupo atuam com uma personalidade bem- definida. O grupo possui alto sentido de defesa, de bens moveis e imóveis, e da proteção de seus membros mais frágeis. Diferentemente de outros países modernos, no Brasil as casas possuem serviçais que lhes pertencem, e cuida-se de seu bem- estar, porque residência é um fato social totalizante. Quando falamos de casa estamos nos referindo a um espaço profundamente totalizado numa forte moral. Não se trata de um lugar físico, mas de um lugar moral, na casa, somos únicos e insubstituíveis. Um lugar singular numa teia de relações. Em casa somos classificados pela idade, pelo sexo, mais velhos ou mais novos, como homem ou mulher. Somos também nela diferenciados pela honra, vergonha e o respeito. Refiro me ao amor filial e familial. A conjunção de tudo isso faz com que tenhamos uma percepção de nossas moradas como lugares singulares, espaços exclusivos. Assim, a casa demarca um espaço definido como amoroso onde a harmonia deve reinar sobre a confusão, a competição e a desordem. E a rua tomada como mundo exterior, que se mede pela luta, pela competição e anonimato cruel de individualidade. Em casa