A casa grande senzala: cap ii
A chegada dos europeus á América desmantelou toda e estrutura social e econômica antes aqui predominante, desarticulando as bases da sociedade indígena. Essa degradação ao contato com os brancos, segundo Gilberto Freyre, é o resultado natural do encontro de uma sociedade de cultura mais avançada com uma de cultura menos avançada.
A relação dos portugueses com os índios no Brasil foi o que podemos chamar de mais branda do que o ocorrido nas colônias espanholas. Isso mais pela necessidade portuguesa de povoar o país e utilizá-los como escravos em plantações, onde a exploração do trabalho se diferenciava da exploração para o extrativismo preferido na colonização espanhol. O extermínio dos índios não se deu de forma tão brutal quanto o extermínio à espanhola. Ficou escondido na reviravolta cultural que sofreram os índios no Brasil. Seja pelas mãos dos senhores de engenho, ou pelos jesuítas, seus costumes foram sendo reduzidos, batiam de frente com os costumes europeus que tentava se implantar aqui, acarretando no extermínio da população e da cultura indígena. Era o choque do imperialismo português com o comunismo indígena.
Os jesuítas foram os que melhor conseguiram estabelecer relações com os índios nessa época. Essas relações eram dificultadas pelo enorme número de tribos, costumes e idiomas presentes no Brasil naquela época. Pra facilitar a comunicação o tupi-guarani foi o artifício utilizado para a unificação da identidade indígena pelos jesuítas.
A cultura indígena era muito rica. A parte religiosa dessa cultura era cheia de magia e ritos, que muitas vezes os padres não aceitavam e proibiam-nos. Mesmo quando catequizados, os índios não perderam alguns de seus traços fundamentais. É o caso da relação de íntima religiosidade entre as pessoas e os santos. No folclore, muitas lendas indígenas persistem. A humanificação de animais, os cruzamentos entre estes, gerariam seres dotados de poderes extras que