A casa ecológica
A responsabilidade é de todos nós: alterações no estilo de vida e na organização doméstica podem ajudar a garantir a sobrevivência da Terra
Catástrofes climáticas e ficções sobre o fim do mundo renderam bilheterias milionárias no cinema e continuarão sendo sucesso - se a realidade não for mais rápida. Vivemos hoje o trailer do que pode ser o futuro: verões escaldantes, nevascas re pentinas, secas e maremotos. E a comunidade científica adverte: se algo não for feito agora, em 50 anos a Terra se reduzirá a um lugar triste para se viver. Diante desse quadro, a primeira impressão é que revertê-lo não está ao nosso alcance. Engano. Por mais que governos e empresas discutam ações para alterar o rumo da história, ela não terá final feliz se cada um de nós permanecer longe do problema.
"A sustentabilidade passa por uma mudança individual de valores e também da visão de mundo", diz Mario Monzoni, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas. Nossas atitudes cotidianas causam sérios impactos. Dentro de casa, sem perceber, somos autores de inúmeros prejuízos: compramos além do necessário, entupimos o lixo, esbanjamos água, luz, comida e combustível.
Perceber as conseqüências dos abusos para além dos seus efeitos imediatos é uma forma de restaurar a vitalidade da Terra. Para a bióloga do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente Maluh Barciotte, essa postura conscientiza as esferas coletivas e os governos. "Precisamos deixar de ser espectadores esperando soluções mágicas e virar protagonistas. Como dizia Gandhi: 'Você deve ser a transformação que deseja ver no mundo'."
Para quem duvida do resultado das pequenas iniciativas, os números mostram: se 10% dos paulistas reduzissem o tempo de banho para cinco minutos, a água economizada abasteceria 400 mil pessoas. A mesma chuveirada adotada numa cidade com 1 milhão de famílias pouparia 1 350 megawatts -