A Cana De A Ucar
Ainda no século XVI, o comércio com o Oriente deixou de oferecer os lucros desejados. Isso levou os governantes portugueses a se decidirem pelo aproveitamento das terras do Brasil, cultivando algum produto que alcançasse grande valor no mercado europeu. O produto escolhido foi o açúcar, e a primeira providência consistiu em iniciar o plantio da cana de açúcar, para ampliar a produção que Portugal já tinha em algumas ilhas do Atlântico.
Para viabilizar a atividade, a partir de 1532 a monarquia portuguesa começou a procurar investidores que se comprometessem a ocupar as terras brasileiras e torná-las produtivas.
Afinal, entre 1534 e 1536 as terras foram doadas a ricos fidalgos e comerciantes portugueses, que deviam arcar com a maior parte dos gastos da ocupação. As áreas doadas foram chamadas de capitanias hereditárias, ou donatarias, e poderiam ser transferidas aos descendentes dos donatários.
As capitanias estendiam-se do litoral até a linha limítrofe do Tratado de Tordesilhas. Cabia aos donatários povoá-las, atraindo outros colonizadores.
O açúcar promoveu o progresso de poucas capitanias. Muitas delas não conseguiram resolver os problemas com os índios, que lutavam por seus direitos e afastavam possíveis colonizadores. Outras não tinham solos apropriados ao plantio da cana de açúcar, e algumas não chegaram nem sequer a despertar o interesse de seus próprios donatários.
As únicas capitanias que se desenvolveram foram as de São Vicente e Pernambuco. As de São Vicente já contava com uma vila (fundada em 1532) e pôde desenvolver a criação de gado e o plantio da cana de açúcar foi um sucesso devido a dois fatores: a maior proximidade com a Europa, o que agilizava e barateava o transporte, e a existência de largas extensões de terras com solo massapé, extremamente propicio a esse e a outros cultivos.