A cal
Acredita-se que o calcário já exista há mais de três bilhões de anos, desde o período Pré-Cambriano. Os mares pouco profundos proporcionaram solo fértil ideal para o carbonato de cálcio, que começa a sua vida sob a superfície da água como resultado de um depósito biológico acumulado.
A bio-acumulação de carbonato de cálcio ocorre em águas (de preferência, mares) com 25 a 30ºC de temperatura, que contêm corais, algas e conchas. As águas não podem ser muito profundas, caso contrário os organismos não podem beneficiar-se da luz solar. O ecossistema ideal são os mares tropicais rasos.
Como consequência da deriva continental, os depósitos de carbonato de diferentes eras são agora encontrados em todas as partes do planeta
A existência de fundações de cal na Turquia oriental demonstra que ela já era utilizada há 14.000 anos. Num período ainda mais remoto, as cavernas de Lascaux, na França, exibem afrescos com pigmentos de óxido de ferro naturais, aplicados a paredes úmidas das cavernas com alto teor de cálcio (calcário)
O homem conheceu a Cal provavelmente nos primórdios da Idade da Pedra. É difícil seguir a trilha deixada pela Cal ao longo das civilizações, mas relatos nos dão noção de sua aplicação e evolução. Em 228 a.C a Cal foi utilizada na construção da Muralha da China, misturada com argila e clara de ovo. Já em 1217, o produto foi utilizado pela primeira vez em guerra, lançada no rosto dos inimigos. Já em 1500, na Itália, Rafael e Michelangelo a utilizam em seus afrescos. E no Brasil, em 1549, Thomé de Souza, fidalgo português e 1º Governador do Brasil, ordenou a criação da primeira mineração brasileira, de calcário dos depósitos de conchas que revestiam o fundo do mar de Salvador.
Pela diversidade de aplicações, a cal está entre os dez produtos de origem mineral de maior consumo no planeta. Estima-se que sua produção mundial esteja em torno