A bíblia e seu ambiente
O homem construiu com as próprias mãos grande parte do seu ambiente natural, como afirma Cícero, colocando na boca de Balbo estas palavras: “Nutrimo-nos com os frutos das planícies e das montanhas; são nossos os rios e os lagos; semeamos o trigo , plantamos árvores , tornamos fértil o solo irrigando-o. Encerramos os rios dentro de certos limites e modificamos o seu curso. Com nossas mãos procuramos criar como que um segundo mundo dentro do mundo da natureza”.
Contudo, também aí o homem destruiu o manto da vegetação, desencadeou a erosão do solo e talvez também uma deterioração das condições climáticas. Foi aí finalmente que desenvolveram as primeiras grandes civilizações mundiais, na Mesopotâmia e no Egito, e que as relações entre o homem, a cultura e o ambiente natural começaram a se manifestar em toda a sua complexidade.
Ambiente natural e visão humana do mundo
As grandes culturas idólatras do Egito e da Mesopotâmia refletiam muito de perto o seu ambiente natural. As diversas características geográficas do Egito e da Mesopotâmia, de modo particular as grandes bacias fluviais no Nilo e do Tigre-Eufrates, determinaram em grande parte o seu diverso modo de viver.
Chuva e religião
O Eufrates e o Tigre nascem nas montanhas da Armênia e percorrem cerca de 2.500 quilômetros antes de atingirem o golfo pérsico. O Eufrates é mais longo e mais calmo, ao passo que o curso do Tigre apresenta um forte declive, que provoca rápidas e imprevistas inundações. Na baixa Mesopotâmia o fenômeno da cheia tem lugar em maio e junho, quando a neve se derrete e são mais intensas as chuvas da primavera.
O Egito, ao contrário, possui um rio só, o Nilo. No calendário anual do Nilo havia três estações fixas: a “inundação” desde a metade de julho até novembro; a “emersão” quando a terra emerge da água e o trigo cresce, da metade de novembro até a metade de março; e enfim a “seca” .
Natureza e crenças
O intercâmbio das culturas acabou atenuando os