A burocracia como forma de racionalização da democracia
Uma abordagem aos benefícios da burocracia.
A burocracia terá nascido com Max Weber (1894-1920) quando propôs, com a finalidade de uma eficiência produtiva, a formulação de regras de tal modo que para cada problema existisse uma resposta predeterminada. No entanto, “há que distinguir burocracia-conceito weberiano da organização do que, em linguagem corrente, se designa por burocracia” (Sousa, 1990, p. 42) uma vez que Weber receava que a sociedade moderna fosse dominada por ela. Dizia que “a democracia é inimiga da burocracia” (Lima, 1998, p. 95), mas acrescentava que “só a democracia consegue contrabalançar os domínios dos interesses burocráticos” (Weber, cit. ibidem). Autores como Chiavenato (1972, referido por Brandão, 1999) destacam as interpretações erradas da burocracia muito distantes da racionalidade original. A burocracia entendida como, exagero, anomalia e imperfeição, “(...) tem vindo a ser alvo de contestação acérrima no âmbito da gestão e da análise organizacional” (Costa, 1996, p. 45). Lima (1998, p. 162) acrescenta que “O termo burocracia, não significa má organização, ou mesmo desorganização, mas sobretudo um outro tipo de organização (…)”. Nóvoa (1991, p. 22) refere que as escolas dedicam pouco tempo às “tarefas de concepção, análise, inovação, controlo e adaptação”, atribuindo a culpa à burocracia do sistema, acrescentando ainda que tem como consequência uma “redução do potencial dos professores e das escolas” (ibidem). Gostaria ainda de destacar o que dizia Mattingly (1987, cit. Sacristán, in Nóvoa, 1991, p. 71): “os sistemas escolares são o protótipo precoce da burocratização moderna”. Parece-me, então, que temos de a usar com objectividade e reconhecer até que ponto a nossa atitude burocrática terá sentido e utilidade para utilização futura tendo em vista o benefício dos públicos em geral.
Pode-se deduzir, do que ficou dito, que a burocracia pode ser considerada como a parte