A burguesia e as ciencias sociais
A burguesia de seu lado criou a sua própria ciência social, partindo das suas próprias necessidades da vida prática.
Como classe dominante ela se vê obrigada a resolver um grande numero de problemas: Como conservar a ordem capitalista? Como assegurar o pretendido "desenvolvimento normal" da sociedade capitalista? Isto é, a usurpação regular do lucro? Como organizar para este fim as instituições econômicas? Qual a política a ser adotada com relação aos outros países? Como garantir a sua dominação sobre a classe proletária? Como resolver as divergências dentro do seu meio? Como preparar os quadros de seus funcionários, de seus policiais, de seus sábios, de seu clero? Como organizar a instrução de maneira a impedir que a classe proletária se torne uma classe de selvagens, que destruam as maquinas, ficando entretanto submissa aos seus exploradores?
Eis a razão porque a burguesia precisa duma ciência social que a ajude a se guiar na complexidade da vida social e que lhe forneça meios para resolver os problemas práticos da existência.
É interessante verificar que os primeiros economistas burgueses ou sábios especializados na economia, foram práticos saídos do alto comercio ou homens ligados ao serviço do Estado. Ricardo, o maior teórico da burguesia, era um banqueiro muito hábil.
O surgimento da Burguesia Inicialmente os burgueses eram os habitantes dos burgos (pequenas cidades protegidas por muros), estes eram pessoas que se dedicavam ao comércio de mercadorias (roupas, especiarias, joias) e prestação de serviços e não eram bem vistas por integrantes da nobreza, que até então eram os principais detentores do poder.
Desprezados pelos nobres, estes burgueses eram herdeiros da classe medieval dos vassalos e, por falta de alternativas, dedicavam-se ao comércio que, alguns séculos mais tarde, serviriam de base para o surgimento do capitalismo.
Com a aparição da doutrina marxista, a partir do século XIX, a burguesia