a bosta da bosta
Angel foi matriculada no mesmo colégio que Lindsay para cursar o segundo ano do ensino médio em setembro, e essa não foi uma tarefa muito simples. Como Angel precisava dos documentos de sua antiga escola, não teve outro meio de consegui-los que não ligando para a mãe. Na verdade, Jenna se propôs a fazer isso, ligando insistentemente para o celular de Emily que nunca o atendia. Ela deixou então inúmeros recados na caixa postal, pedindo que a irmã enviasse os documentos para o endereço dela, não obtendo resposta por dias. Até que, um dia, inesperadamente, ela recebeu em casa os tais documentos, enviados pelo correio. Assim, sem uma palavra de Emily, o que deixou Jenna tão triste e revoltada com a frieza da irmã com relação à própria filha, que a fez chorar por horas no quarto. Angel, por sua vez, aceitou aquela indiferença passivamente. Procurou ficar contente por ter conseguido os documentos sem maiores confusões, embora a atitude da mãe a tivesse assombrado o suficiente por dentro para fazer com que ela dormisse mal à noite e tivesse mais uma de suas crises de sonambulismo altas horas da madrugada.
Para o primeiro dia de aula, Angel vestiu calças jeans e sua habitual jaqueta esportiva, usou tênis e boné. Enquanto andava no meio da multidão de alunos, teve certeza de que seria confundida com um garoto e sentiu-se à vontade por isso como costumava acontecer. Ela não estava nervosa, ainda mais porque Lindsay ficou pendurada no seu braço desde que saíra de casa, como se quisesse exibir seu namorado. Ou melhor, sua namorada. Naquele dia, ela estava se sentindo animada porque uma nova etapa da sua vida em Indianápolis estava começando, embora não constasse nos seus planos iniciais ficar por lá até começar o ano letivo. Era o primeiro dia de Lindsay no ensino médio e ela estava tão animada quanto Angel, ansiosa para causar impacto e uma boa impressão, como ela tinha tagarelado durante o café da manhã. Lindsay era, sem dúvida, a garota mais