A BIO TICA NO ABORTAMENTO Fernanda
A atenção humanizada às mulheres em abortamento pressupõe o respeito aos princípios fundamentais da bioética e, portanto, todos os profissionais de saúde que cuidam desta clientela precisam conhece-los e aplica-los:
a) Autonomia: direito da mulher de decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida;
b) Beneficência: obrigação ética de se maximizar o benefício e minimizar o dano (fazer o bem);
c) Não-maleficência: a ação deve sempre causar o menor prejuízo à paciente, reduzindo os efeitos adversos ou indesejáveis de suas ações (não prejudicar);
d) Justiça: o profissional de saúde deve atuar com imparcialidade, evitando que aspectos sociais, culturais, religiosos, morais ou outros interfiram na relação com a mulher.
Do que dissemos, até aqui, fica a importância de nosso atendimento a esses princípios. A garantia prioritária da atenção à saúde da mulher em caso de abortamento se revela com o conhecimento e mudanças de atitude em nossas práticas profissionais.
O exercício dessas práticas precisa promover a atuação multiprofissional e, acima de tudo, respeitando a mulher na sua liberdade, dignidade, autonomia e autoridade moral e ética para decidir, afastando-se preconceitos, estereótipos e discriminações de quaisquer natureza, que possam negar e desumanizar esse atendimento.
Nesse sentido, diante de um caso de abortamento inseguro, adote, do ponto de vista ético, a conduta necessária: “Não fazer juízo de valor e não julgar”, pois o dever de todos os profissionais de saúde é acolher condignamente e envidar esforços para garantir a sobrevivência da mulher e não causar quaisquer transtornos e constrangimentos.
Mas, o que entendemos sobre ACOLHIMENTO?
“Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir.” (FERREIRA, 2001)
O acolhimento, como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias definições, uma ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou seja,