A beleza através dos tempos
Eco chama de “orgia da tolerância, de sincretismo total, de absoluto e irrefreável politeísmo da Beleza” (ECO, 2004).
Lipovetsky (2000) chama a atenção para outro aspecto importante na forma como a beleza é percebida nas sociedades contemporâneas: se no passado ela era considerada um dom, hoje é vista como uma questão de escolha. Os meios de comunicação parecem reforçar a idéia de que a multiplicidade de produtos e serviços disponíveis no mercado possibilita ao indivíduo modificar qualquer parte do seu corpo.
Quem é gordo ou narigudo pode fazer dieta, plástica e ficar bonito Tudo depende da iniciativa e da força de vontade de cada um (LIPOVETSKY, 2000). O que sugere que o foco da natureza (nascer feio) se desloca para certa “culpa” do indivíduo (só é feio quem quer).
A beleza deixa de ser algo que diz respeito apenas ao físico, mas pode representar também aspectos do caráter e da personalidade do indivíduo. O feio pode ser visto como fraco, sem obstinação e incapaz de assumir a responsabilidade sobre o seu