A Barba em Portugal

História da Antropologia Portuguesa
2012/2013

Ficha de Leitura

VASCONCELOS, José Leite de 1996 Signum Salomonis. A figa. A barba em Portugal. Lisboa. Dom Quixote.

Palavras Chave: Barba, honra, respeito, nobreza, simbolo, virilidade

A obra “A Barba em Portugal” é uma etnografia comparativa elaborada por José Leite de Vasconcelos. Este estuda o modo como é feita, os cortes, formatos, a barba ao longo dos tempos, o seu simbolismo e a sua forma linguística. O autor descreve a barba como uma porção do sistema piloso que se observa no individuo do sexo masculino, mas também no do sexo feminino. Aparece no período da puberdade sendo, nos homens, um atributo de virilidade e respeito. Já no sexo feminino, está agrupada em diferentes categorias: a da gravidez, a congénita e a não congénita.
No texto, o escritor refere as diferentes formas de fazer a barba, as técnicas e os métodos utilizados pelos barbeiros, feitores da barba. Esta pode-se dividir em várias categorias consoante as cores, formas e feitios, tamanhos e a parte do rosto que ocupa. O autor defende que a barba está sujeita a modas e tem muita influência estrangeira.
Ao longo do texto é perceptível a associação da barba a lendas, mitos, canções, provérbios populares e diferentes nomes, muitos dos quais associados a metáforas zoológicas e botânicas.
A barba era usada desde o período pré-histórico e caracterizada consoante as diferentes classes sociais. Em Portugal, identificamos várias esculturas, estátuas, retratos e túmulos com personagens barbadas, tal como reis, condes, ministros, pessoas ligadas à igreja e ao exército.
A barba é considerada a parte exterior mais nobre do corpo e nos homens é simbolo de virilidade, honra e carácter, o homem que não tivesse barba não era honrado.
Em diferentes sociedades podia-se verificar várias punições e castigos a quem cortasse a barba. Noutras, como em Portugal, a barba esteve associada ao luto onde, durante essa fase, não era permitido cortá-la.