A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
Durante as aulas, enquanto a professora Marta Seibert explicava os conteúdos, Shaiane Esdral, 16 anos, levantava-se da carteira e saia da sala de aula. Todos pensavam que era uma manifestação atípica causada pela síndrome de down. “Foi então que eu percebi. O problema não estava nela, mas no meu jeito de dar aula”, afirma a professora do 4º ano da Escola Municipal Dora Abreu, em Cachoeira do Sul, a 200 km de Porto Alegre. O ensino não fazia sentido para a classe. Sua didática era mecânica e não cativava. “Só que a maioria, por comodidade, fingia que estava tudo bem.” Entre todos os procedimentos adotados, destacam-se:
• Trabalho em grupo e atividades diversificadas que possam ter diversos níveis de compreensão e desempenho.
• Predomínio da experimentação da criação da descoberta e da co-autoria do conhecimento.
• Elaboração de debates, pesquisas e registros escritos.
Hoje os professores da escola percebem cada dificuldade e procuram orientações especificas para cada situação.
O currículo deve ser flexibilizado para a criança com Síndrome de Down, que pode ou não ser acompanhada por um mediador na sala de aula. O aluno também faz provas, mas a sua avaliação é diferente: o professor acompanha as etapas de sua evolução ao longo do ano, sempre o comparando com ele mesmo, dentro de suas potencialidades. Há escolas que preparam portfólios retratando essa evolução. "É importante lembrar que existe, sim, uma deficiência intelectual. O professor deve levar em consideração que a criança não possui um equipamento biológico capaz de competir com os outros alunos de sua idade", enfatiza a psicóloga Fernanda Travassos Rodriguez. Assim como ocorre com crianças com desenvolvimento cognitivo típico, o sistema educacional mais adequado varia conforme o indivíduo, mas escolas com bom histórico na gestão da inclusão são as mais recomendadas.
"A criança com Síndrome de Down não está lá para ser tolerada, mas