A Atua o do Brasil na Coopera o Internacional para o Desenvolvimento o desafio do compartilhamento de saberes
O Brasil assumiu uma nova postura, configurando-se como um país doador, em especial ao desenvolver projetos e ações de compartilhamento de saberes com países periféricos. Brasil tem investido na cooperação internacional para o desenvolvimento, com ênfase na América Latina, África e Ásia. Entre os anos de 2005 e 2009 foi, aproximadamente, R$ 2,9 bilhões, dividido entre as modalidades: ajuda humanitária, bolsas de estudo para estrangeiros, cooperação técnica, científica e tecnológica (252,6 milhões) e contribuições para organizações internacionais.
O compartilhamento de saberes, com enfoque para a ciência e a tecnologia mediante acordos de cooperação internacional, pode contribuir para o desenvolvimento nos países receptores. Considerando-se que o conhecimento, todavia, não é neutro, ao transferi-lo transfere-se igualmente ideologia e epistemologia.
Durante muito tempo, o conceito de desenvolvimento esteve atrelado à concepção darwiniana de evolução ou à ideia de progresso. Alguns autores, todavia, sinalizam que desenvolvimento não é apenas progresso. A noção de desenvolvimento, até a Segunda Guerra Mundial, considerava a colonização dos países da África e da Ásia. A condição desses países situava-os no estágio mais simples do continuum evolucionário. transformação rumo à modernidade, ou ao desenvolvimento, ocorreria com o atendimento aos padrões estabelecidos pelos países centrais.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o início do processo de descolonização, as questões de segurança e paz passaram a ser pensadas como diretamente relacionadas ao estágio de crescimento do país. A cooperação, neste período, caracterizou-se como uma relação de dominação vertical, exógena (imposta de fora), unilateral (uma das partes decide) e parcial (o problema a ser resolvido decorre de fatores inerentes e intrínsecos ao país que recebe a