A arte e o desenvolvimento infantil
A criança mobiliza todo o seu ser quando se entrega espontaneamente a uma actividade criadora. É um verdadeiro meio de disciplina interior que envolve processos de formas superiores de vida mental e que traz à criança, no plano geral, equilíbrio e harmonia, preparando-a ainda para a aprendizagem formal da escola.
O professor deve estar preparado para estimular, promover e aceitar a linguagem gráfica da criança como factor importante do seu desenvolvimento.
Nem sempre as palavras exprimem, em toda a sua plenitude, a intensidade de uma vivência. Por vezes são necessários meios diferentes de expressão, como os jogos, as actividades artísticas, … que permitem a realização dos desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a afirmação do Eu.
É através da expressão livre que a criança realiza a síntese entre a expressão do Eu e a submissão ao real.
Para a criança, todas as experiências que conduzem à criação devem ser educativas. Logo o resultado não é importante, mas sim o processo que o originou.
É nele que se desenvolvem a percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio, o controle gestual … capacidades psíquicas que influenciam a aprendizagem.
Não é necessário dar-lhes a conhecer o valor artístico dos próprios trabalhos. Podemos, no entanto, explorar os êxitos para ajudá-las a prosseguir com confiança no trabalho. Para algumas crianças o elogio pode ter um efeito muito compensador.
Não podemos esquecer, no entanto, que a criança tem uma forma própria de pensamento e sensibilidade. Logo, não podemos julgar os seus trabalhos como se fossem obras imperfeitas de adultos.
A cada estágio de desenvolvimento, o trabalho da criança é uma obra completa, exprimindo uma visão autêntica do mundo infantil, segundo a sua maturidade perceptiva e intelectual.
A criação artística favorece o desenvolvimento total da personalidade, reunindo em harmonia a actividade intelectual, a sensibilidade e a habilidade