A arte e o desenvolvimento humano
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A arte e o desenvolvimento humano O filme “A maçã”, de Samira Makhmalbaf, retrata, em tom documental, a vida de duas irmãs iranianas, Massoumeh e Zahra, que, por decisão de seus pais, motivados por fanatismo religioso e um senso distorcido de protecionismo, permaneceram presas em casa por onze anos. A vizinhança da família, então, promoveu um abaixo-assinado, o que levou o Estado a interferir na situação por intermédio de uma assistente social. Aos poucos as crianças buscam conhecer o mundo além de sua casa, quando fica evidenciado o grande prejuízo no seu desenvolvimento, pois, como sabemos, o desenvolvimento humano é Interacionista, ou seja, os elementos biológicos e sociais não podem ser dissociados e exercem influência mútua no indivíduo. A cena inicial que nos mostra uma pequena planta dentro de um vaso sendo regada não é gratuita, a diretora quer nos mostrar que o ser humano, assim como a pequena planta, precisa de cuidados para, de fato, crescer. Os seres humanos nascem com a maior imaturidade motora dentre todos os animais e, por isso, dependem muito de outras pessoas para desenvolverem suas habilidades. Massoumeh e Zahra não obtiveram tal suporte e, como conseqüência, apresentam problemas para andar, manusear objetos, falar e construírem uma identidade própria. O ambiente delas com escassez de afeto e interação atuaram negativamente em suas formações psicológicas, como comprovamos na dificuldade que ambas apresentam para comunicarem-se com outras pessoas ao saírem do enclausuramento, visto que não amadureceram de maneira suficiente os mecanismos da fala e não possuíam os modos de ação e capacidade interpretativa de uma pessoa inserida na comunidade. A utilização da maçã como metáfora de redenção e descoberta dos sabores da vida fica evidente quando as irmãs, mesmo com as suas dificuldades, demonstram que possuem curiosidade e potencial para vivenciar as possibilidades que a existência oferece, como fazer