A arte e sua natureza interdisciplinar
Marcos Rizolli (PUC-Campinas / UP Mackenzie) rzll@uol.com.br
Resumo: A criação artística envolve os mais diversificados recursos comunicativos, os mais amplos meios materiais e as mais variadas nuances expressivas. O labirinto da criação artística determina caminhos racionais: 1) a articulação dos códigos de linguagem; 2) a escolha material e seus procedimentos técnicos; 3) os modos poéticos – determinantes do sujeito criativo. A atividade artística transita entre a epistemologia da criação e a metodologia da produção.
Este trabalho quer pensar a arte em sua natureza interdisciplinar, reconhecendose as instâncias nascentes das linguagens artísticas. Conhecer, sob o compêndio de teorias e práticas, os meandros próprios do ato criativo ao mesmo tempo autogênico, derivado e, imaginariamente, definitivo – até que se manifeste um novo e necessário desejo de linguagem.
Palavras-chave: Arte, Epistemologia, Metodologia, Interdisciplinaridade.
Introdução
Fala-se de razões de artistas. Argumenta-se acerca da subjetividade da Arte. Pensa-se no fenômeno da criação artística como uma dimensão privilegiada do fazer humano: quase sempre estranha e impenetrável e, então somente passível da admiração!
Preferimos pensar, aqui, no processo criativo a partir de sua real dimensão: uma ação complexa – que envolve os mais diversificados recursos comunicativos, os mais amplos meios materiais e as mais variadas nuances expressivas. Transdiciplinaridade?
O artista age, sim, com ampla subjetividade e com tamanha objetividade. Paradoxalmente, o labirinto da criação artística determina caminhos racionais: 1) a articulação do código da linguagem escolhida para gerar uma significação, em processos semióticos ininterruptamente re-definidos – com a consciência orientando a prática de linguagem; 2) a escolha material – o domínio dos procedimentos técnicos que, diante de tantas peculiaridades, devem ser sobrepostos pelo sopro