A arte gótica
A arte gótica foi relegada o discreto segundo plano, combatida e negada até ao último quarto do séc. XVIII, quando começou sua valorização, graças, principalmente, ao Pré Romantismo, em países como a Grã-Bretanha e a Alemanha. Com o advento do romantismo, e devido à pregação de Viollet-le-Duc, o gótico passou a reunir a preferência de todos os artistas e arquitetos.
Hoje, após os minuciosos estudos de ensaístas como Mâle, Focillon, Dvorák e outros, entende-se por gótico o estilo de arte medieval que tendo-se originado por volta de 1150, na França, transformar-se-ia em estilo internacional durando até 1420 na Itália e até 1500 nos países setentrionais. O estilo gótico é, antes de tudo, um estilo arquitetônico; mas o adjetivo gótico é empregado também para caracterizar a pintura e a escultura do período.
Como a arquitetura gótica vai estudada em separado (Gótica, Arquitetura), analisemos, a seguir, a pintura gótica presencia o aparecimento e a rápida difusão de nova modalidade pictórica: a pintura de cavalete, o quadro ou o retábulo. A temática é acima de tudo religiosa. Quanto a técnica, importantes inovações começam a aparecer com os irmãos Hubert e Jan van Eyck (há duvidas quanto a existência de Hubert; Jan van Eyck faleceu em 1441), que recorrem à pintura a óleo, e não mais à têmpera como até então.
Ficou dito a pouco que a pintura gótica era principalmente de índole, religiosa. No entanto, o período assiste também ao nascimento da pintura profana – como, por exemplo, nos painéis, verdadeiros discursos políticos, executados entre 1337 e 1339 no Palazzo Pubblico de Siena por Ambrogio Lorenzetti, e nas ilustrações de calendários, tratados científicos e moralités, baseadas nos escritos de autores clássicos, como Esopo e Ovídio. Como típica manifestação do nascente individualismo, especial menção deve ser feita ao retrato, que faz então sua aparição: retrato de João o Bom, 1350-1364, na biblioteca de Paris. Grandes Retratistas tornariam, no séc.