A arte de se escrever bem
A arte de escrever bem um guia para jornalistas e profissionais do texto
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Apresentação
É possível escrever bem
Escrever está na moda. As novas tecnologias de comunicação, quem diria, ressuscitaram o valor da escrita. Já não se escrevem cartas como antigamente, mas concisas mensagens eletrônicas. Já não se admitem relatórios longos e complexos. Tempo é dinheiro. Relatórios devem ser objetivos e contundentes. E os vestibulares? Estudante não entra na faculdade se falhar na redação. Nunca se precisou tanto da escrita quanto agora.
A garimpagem _____ do óbvio
Separar alhos de bugalhos é um longo caminho.
Sônia Racy
A literatura acadêmica é curta e grossa no capítulo em que ensina a escrever um texto jornalístico. O texto, pregam os teóricos, deve começar respondendo, logo de cara, a seis perguntas fundamentais:
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A arte de escrever bem
O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? E não é que é assim mesmo? Em jornais, rádios, televisões e na novíssima internet, as notícias são apresentadas nesse formato. Quando Willian Bonner abre o Jornal Nacional dizendo "uma bomba explodiu na Chechênia matando o presidente da província e 31 pessoas", usa a estrutura mais simples e direta do jornalismo. Trata-se de fórmula fácil de reconhecer. Ela está em todos os lugares e serve de esqueleto, por exemplo, para anúncios de missas de sétimo dia:
® Familiares convidam para a missa de sétimo dia da morte de fulano de tal a se realizar no dia tal, igreja tal e horário tal.
Ou para embalar notícias de crimes e acidentes:
® Um motorista embriagado bateu de frente com outro veículo na avenida tal, ontem à noite, matando os quatro ocupantes. Entre eles estava uma criança de seis meses.
Moleza? Não é. A maior dificuldade de repórteres e redatores é encontrar as respostas certas para as seis perguntas marotas. Eles se perdem no emaranhado de dados trazidos da rua. Sentem-se incapazes de dizer o que aconteceu.