A arte de fazer um jornal diário

Manual de sobrevivência jornalística por Ricardo Noblat

Jor.na.lis.ta: pessoa que trabalha ou escreve em órgão da imprensa periódica. A leitura de um verbete de dicionário não dá nem pistas do que é de verdade exercer tão importante profissão. Como, então, saber como proceder em uma redação, confortar o entrevistado, lidar com fontes em off, ou mesmo descobrir o que é notícia? É possível que só se descubra quando já estiver em frente a um computador, numa sala imensa, de ar-condicionado gelado, com outras dezenas de pessoas ao redor, recebendo ordens de um chefe, recém-conhecido. Outra forma de fazê-lo é tendo uma boa leitura. “A arte de fazer um jornal diário” é a segunda obra de Ricardo Noblat. Ele escreveu outros dois livros: “O que é ser Jornalista” e “Céu dos Favoritos”. Apesar de não ter uma imensa experiência como escritor, a possui como jornalista. Já trabalhou em veículos nacionais bastante influentes como Jornal do Commercio, revista Veja e Jornal do Brasil. Atualmente, tem um blog no site do Jornal O Globo, onde também escreve uma coluna semanal às segundas-feiras.
Inicia o livro tratando do futuro dos jornais. Atualmente, fontes de informação mais ágeis tem sido mais procuradas, principalmente pela nova geração. Por escrever simultaneamente em um jornal impresso e na internet, o autor entende a necessidade de atualização do papel e sugere uma reforma tanto dos jornais quanto dos jornalistas- como antecipar notícias que estão por vir, investir na qualificação de profissionais e abordar os temas pela visão dos leitores (já que são eles que sustentam a publicação diária). Se tudo isso fosse concretizado, talvez os jornais conquistassem os jovens e conseguiriam resistir por mais tempo.
Em uma passagem da obra, Noblat discorre sobre essa difícil missão de capturar a atenção do leitor logo nas primeiras linhas de um texto. Entre bons exemplos, aparecem trechos de Gabriel Garcia Márquez e Tomás Eloy Martinez- dois dos escritores mais importantes