A arte de argumentar

A introdução do livro procura apresentar o tema a ser debatido adiante e despertar o interesse do leitor. Por meio de uma linguagem benevolente, o comunicador Antonio Suarez Abreu explica porque nos é necessária a capacidade de argumentação.
Logo de início, introduz a ideia do convívio em sociedade. Para que possamos conviver harmonicamente com os demais, precisamos saber argumentar para nos expressar e comunicar. A sociedade atual atingiu um amplo grau de complexidade com o rápido crescimento nas últimas décadas e, para adaptarmo-nos, é fundamental lidar adequadamente com cada situação.
Tal dificuldade no convívio social, nos dias de hoje, pode ser identificado no esmagamento do indivíduo pela alta velocidade de informação e ampla dimensão de relações. Dispomos atualmente de um rápido sistema de transportes e de informações, mas em contrapartida somos massacrados por uma “educação desestimulante, submetidos ao julgamento crítico da opinião pública, massificados pela mídia”. Isso culminaria na “doença da solidão”, que pode afligir a qualquer um, independente de crença ou classe social, justamente pelo fato de não se ter a capacidade de argumentar. “Todos nós teríamos muito mais êxito em nossas vidas, produziríamos muito mais e seríamos muito mais felizes, se nos preocupássemos em gerenciar nossas relações, [...]desde o campo profissional até o pessoal. Mas para isso é necessário saber conversar com elas, argumentar”.
Argumentar, dessa forma, não consiste em vencer um debate ou conseguir fazer com que alguém nos obedeça, como pensa o senso comum. Tal conceito, segundo o militar alemão Von Clausewitz, define guerra e não argumentação. Saber argumentar, então, sería “integrar-se ao universo do outro, [...] também obter aquilo que queremos, mas de modo cooperativo e construtivo, traduzindo nossa verdade dentro da verdade do outro”.
A argumentação, assim, consistiria no agregado de gerenciamento de informação e de relação, isso é, o poder do convencimento acrescido