A arte da inovação
RESUMO
A inovação sempre foi vista como um ato individual onde o gênio criativo era idealizado e conseguia realizar feitos que nem todo mundo consegue. Esse conceito de inovação, porém, subestima a influência que o meio social exerce sobre esse artista.
No início do século XIX a arte era vista como algo elevado, mágico, algo separado do cotidiano do homem, e o artista era visto como o meio pelo qual essa mágica era realizada. Essa experiência era tida como única e por isso exigia uma grande necessidade de inovação dos artistas. Era preciso criar sempre algo novo, diferente de tudo que já havia sido feito.
Esta forma de pensar sobre a arte durou até o século XX, quando começou a passar por grandes mudanças graças à tecnologia e a produção em massa, e então a arte começou a perder sua mágica. Os artistas então deixaram de ser vistos como criadores sublimes e passaram a fazer parte do sistema de produção industrial focados no lazer.
Outro conceito também foi desmitificado no mesmo século: o processo artístico não era algo individual, mas sim um fenômeno coletivo. Um compositor, por exemplo, pode escrever uma música inovadora, mas precisará de técnicos para produzir os instrumentos necessários e de músicos que saibam usar esses instrumentos para que sua música seja executada. O elemento de singularidade usado na inovação, porém, não pode ser descartado, pois um músico pode interpretar uma música de forma diferente da interpretação de outros músicos. Essa variação de interpretações é parte da inovação.
À medida que uma banda consegue sucesso com suas formas de interpretação acontece o efeito contrário à inovação que ele usou, porque sabendo que suas formas de interpretação deram certo e foram aceitas por seu público, o músico deixa de criar novas em prol das que ele já tem segurança em usar e acaba deixando de inovar pois se algo der errado pode por em jogo sua reputação.
Os músicos periféricos, que não tem tanta visibilidade, conseguem ter