A Arquitetura dos Engenheiros
A substituição da lenha pelo carvão na extração do ferro permite seu processamento e produção industrial, e, quase simultaneamente, nascem as primeiras fábricas de cimento.
Quando Joseph Paxton (1803 – 65) projeta e realiza o Palácio de Cristal para a Exposição Universal de Londres de 1851, ele não inventa uma nova técnica, mas instaura um novo método de projeção e execução. A novidade é o emprego de elementos pré-fabricados (segmentos metálicos e lâminas de vidro), produzidos em série e levado aos canteiros de obras prontos para serem utilizados. Economiza-se tempo e dinheiro: a construção se reduz à rápida montagem de peças pré-fabricadas, e o material pode ser recuperado.
Ainda que não ouse absorver inteiramente a decoração na estrutura, obtém três resultados no plano estético: 1) valoriza o desenvolvimento dimensional; 2) realiza uma volumetria transparente; 3) obtém no interior uma luminosidade semelhante à do exterior.
A vitória dos técnicos é consagrada pela construção Torre projetada por A.G. Eiffel (1832 – 1923), para exposição de Paris 1889, com trezentos metros de altura. É uma construção tecnicamente funcional, cuja finalidade é dar visualidade e magnitude aos elementos da estrutura. Vê-se claramente a como a pesquisa estruturalista, no campo da arquitetura, era o equivalente da pesquisa impressionista na pintura.
O estruturalismo no campo da construção efetua o mesmo tipo de operação que, no campo da representação, é efetuada pela pintura que parte das premissas impressionistas e, em nível complementar, das simbolistas. Para os arquitetos oriundos da escola das “belas-artes”, pelo contrário, havia um repertório de “estilos” pseudo-históricos, passíveis de combinação segundo os esquemas do ecletismo e adaptáveis a qualquer tipologia construtiva.
É um embuste construir com ferro e cimento, para depois ocultá-los sob uma camada “artística”; por outro lado, os novos materiais e a nova ciência das construções permitem