A Arquitetura De Gropius
Behrens trabalhava naquela fabrica de turbinas da AEG que inaugura a nova trajetória da arquitetura industrial alemã quando Gropius, diplomado dois anos antes pela Technische Hochschule de Munique e vindo de uma longa viagem pela Europa, entrou para o estúdio dele, como assistente. Mais de um plano de detalhamento daquela construção límpida como um cristal e exata como um teorema deve ter passado pela prancheta do jovem; e nenhuma outra experiência podia reforçar tanto o desenvolvimento de suas atitudes mentais como a de assistir ao nascimento daquele edifício, expressão característica dos novos ideais do Werkbund. Nas exatas proporções dessa obra, que desmaterializam a massa numa calculada combinação de linhas e superfícies, lê-se o anuncio de um novo tempo. A indústria saiu de sua difícil incubação: já não é o monstro mecânico que destrói o espirito e tampouco, ao contrario, o novo espiritualismo que sublima a matéria. Ela é a imagem do próximo destino do mundo, o horizonte de uma civilização que se sente livre e segura de si assim como a antiga civilização helênica de que falavam os poetas e os filósofos. A nova civilização diviniza o “corpo” social como os antigos gregos divinizavam o corpo físico; o trabalho é o segredo da nova beleza, assim como o exercício físico era o segredo da antiga. Todo fazer torna-se um educar, um educar-se, uma pedagogia. A pedagogia da arte equivale a uma ideia da arte como pedagogia: a arte é a forma perfeita de um mundo que é um contínuo formar-se A Faguswek, construída por Gropius em Alfeld, em 1911, com a colaboração de Adolf Meyer, é concebida dentro desse espirito. Escreve Pevsner: “Seu projeto ultrapassa nitidamente o de Behrens para a AEG. Somente alguns detalhes de janelas mostram a influencia de Behrens. No bloco principal, tudo é novo e cheio de ideias brilhantes. Pela primeira vez, a fachada inteira é concebida em vidro. Os elementos