A análise da Política Mundial
Bruce M. Russet
Os cientistas políticos normalmente acham difícil prever um dado evento, como a decisão norte-americana de empregar a bomba atômica, ou a decisão soviética de invadir a Tchecoslováquia. O que se busca com freqüência é tentar compreender por que certos tipos de eventos ocorrem – por exemplo, por que os Estados geralmente se engajam em atos de violência. A maioria dos cientistas políticos entendem seu trabalho como sendo o de identificar eventos já ocorridos que sejam comparáveis e que pareçam produzir tipos semelhantes de comportamento. Em nossos esforços de descobrir causas ou eventos precedentes, julgamos útil distinguir níveis de análise – pontos em uma escala ascendente de tamanho e complexidade. Esses níveis incluem unidades cujo impacto sobre os decisores procuramos examinar.
Assim, um nível pode se referir a “atores”, como o Estado ou os indivíduos, cujo comportamento tentamos explicar, ou a diferentes tipos de influência que se dirigem àqueles atores.
Em um conhecido artigo escrito em 1961, J. David Singer introduziu a idéia de níveis de análise, discutindo dois níveis gerais: o sistema internacional e o Estado-Nação. Ao fazê-lo, traçou uma importante distinção empregada quando estudamos as influências na política externa: (1) aquelas que são internas, oriundas do interior das fronteiras do Estado-Nação e (2) aquelas que são externas, i.e., oriundas de fora das fronteiras de um Estado-Nação.
Singer argüiu que o nível do sistema internacional é o mais abrangente nível de análise, permitindo ao observador estudar as relações internacionais como um todo. O nível de análise do Estado-Nação permite-nos empregar uma abordagem voltada para o processo decisório, bem como uma descrição mais detalhada do comportamento em termos de política externa. Por isso, embora o nível do sistema internacional forneça um quadro mais abrangente dos padrões e generalizações, o nível do