A ANTROPOLOGIA E SUAS TEORIAS ACERCA DAS CULTURAS
Com o avanço da colonização e a partir das viagens do século XVIII, os europeus passaram a manter contato com outros povos e a incluí-los na reflexão sobre a evolução da humanidade. Várias maneiras de interpretar a evolução humana surgiram; dentre elas, as versões monogenista e poligenista. A monogenia, seguindo a idéia de "perfectibilidade" defendida por Rousseau, considerava a evolução da humanidade um gradiente que ia desde o estágio menos avançado (primitivo) ao mais avançado (civilização). As dissimilitudes entre os entre os homens eram consideradas provas dos diferentes estágios pelos quais passavam no seu processo evolutivo. Essa forma de interpretação foi adotada pelos etnólogos na reconstrução do passado dos povos "primitivos". A poligenia considerava que os diferentes centros de criação explicavam as diferenças físicas e morais entre os homens. Os poligenistas acreditavam que mesmo que tivessem ancestrais comuns, os homens diferenciaram-se tanto num dado momento que não restou a possibilidade de cruzamento sem que dele resultasse degeneração.
A partir da obra de Darwin, A origem das espécies, publicada em 1859, vários ramos do conhecimento passaram a adotar uma perspectiva evolucionista: a lingüística, a pedagogia, a sociologia, a filosofia, a política. Na política, o imperialismo europeu se valeu da idéia de sobrevivência dos mais aptos para justificar o avanço do colonizador. Uma teoria sobre as raças foi sistematizada a partir do darwinismo social, preconizado por Herbert Spencer. Essa teoria estabelecia um paralelo comparativo entre as diferenciações entre os homens e as diferenças que existem entre os animais - o asno e o cavalo, por exemplo - e rejeitava a idéia de livre arbítrio do homem, pois que ele estaria fadado a receber características étnico-culturais do meio ao qual pertenciam e condenava a miscigenação, valorizando os "tipos puros" considerava a miscigenação. Essa teoria surgiu dos