A antropologia e os temas transversais
Introdução
A educação para a cidadania requer que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua dinâmica, dando-lhes a mesma importância das áreas convencionais.
Com isso o currículo ganha em flexibilidade e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais e que novos temas sempre podem ser incluídos.
As análises críticas das políticas educacionais e do sistema de ensino perdem a força analítica se não tiverem como referência a escola e suas funções sociais e pedagógicas. Do mesmo modo, os profissionais envolvidos no campo interno da escola podem ter reduzida a eficácia pedagógica e social do seu trabalho se não tiverem uma visão integrada e crítica dos determinantes sociais e culturais do sistema de ensino.
Os dois enfoques são essenciais na discussão das políticas escolares, as duas análises se completam, mas atuam na explicação da realidade de modo diferente. No Brasil, nas últimas décadas, tanto na esfera do aparato oficial (executivo, legislativo e judiciário) quanto nos meios intelectuais, sindicais e associativos, as análises externas têm se sobreposto às internas com prejuízo considerável à qualidade das situações educativas escolares. Disso resulta a desatenção, o desapreço aos aspectos pedagógico-didáticos da escola por parte dos órgãos normativos do sistema educacional, dos planejadores e gestores que integram os órgãos intermediários em âmbito federal, estadual e municipal e por parte, também, do meio intelectual do campo da educação, pois é na ponta do sistema de ensino que as coisas efetivamente mudam, é lá que se pode constatar o