A Angustia da Escolha
Existir significa escolher a todo o momento, desde a decisão mais simples a mais complexa sobre minhas atitudes, bem como ser responsável por essas escolhas já que atingem não só a mim como à humanidade e, portanto, como já dizia Sartre (1978), estamos condenados à liberdade de escolha em nossa temporalidade. Ter consciência disso é ter angústia. Seria a angústia meramente um "sentimento"? Uma espécie de "doença"? Uma inevitável "maldição" sob a qual o ser humano está fadado e que resiste a uma definição precisa? Ou seria tão-somente um "incômodo" que vem e passa?
O que é angústia?
O termo “Angústia” tem sua origem do latim “Angustus” que significa “estreito, apertar, afogar”. Conforme Mandruska (citado por Giovanetti, 2000) esse termo surge a partir de uma vivência corporal de ser no espaço, significando um estreitamento da vivência, de onde provém a expressão clássica de “aperto no peito” ao definir a angústia, sem ter clareza sobre o que provoca essa sensação. É a sensação psicológica que se caracteriza pelo sufocamento, pelo peito apertado, ansiedade, insegurança, falta de humor, e com ressentimentos aliados a alguma dor. No campo psiquiátrico a angústia é considerada uma doença e precisa ser tratada. Para a psiquiatria, a angústia está muito próxima da depressão, embora que, nem sempre quem tenha angústia periódica pode estar sofrendo de depressão e sim uma manifestação da ansiedade que é o receio do futuro.
Toda vez que nos chega aos ouvidos a palavra angústia é quase inevitável que a associemos a situações que nos deixam ou deixaram angustiados. E essas lembranças, quase sempre, conterão sentimentos e significados de "dor" ou "sofrimento". Apesar de tudo, esse "não sei quê" que desconforta e desassossega, por vezes nos chega, digamos, bem familiar: É como se nos falasse algo de nós mesmos. Mesmo com a incompreensão e o aparente mistério que envolta o estar angustiado, o certo é que sou eu mesmo que estou experienciando (palavrinha vinda