a amazonia
Ao eleger a imigração portuguesa na Amazônia do final do século XIX até às primeiras décadas do século XX, como objeto de análise, procurou-se situar este segmento no conjunto dos fluxos migratórios que se dirigiram para a região, tendo como principal motivação a busca pelas apregoadas riquezas decorrentes da exploração da borracha.
Informações estatísticas sobre o movimento imigratório no porto de Belém, no início do século XX, registrados no Anuário Estatístico do Brasil de 1912, produzem um retrato aproximado da imigração internacional na Amazônia. Segundo essa fonte,entre 1908 e 1910, entraram no porto de Belém cerca de 13.500 estrangeiros de várias nacionalidades, destacando-se os portugueses (48,67%), os espanhóis (15,98%), os ingleses (7,18%), os turco-árabes (4,69%) e os italianos (4,15%). O crescimento econômico da Amazônia, decorrente da elevação dos preços da borracha nesse período pode ter constituído fator motivador dessa expressiva imigração.
Esses imigrantes vincularam-se a diversas atividades dando, portanto, importante contribuição tanto no domínio econômico, quanto no técnico, profissional e cultural. Os ingleses teriam se destacado na construção de portos, produção de energia, telefonia, telegrafia, saneamento básico, além de significativa participação no setor de comercialização e do crédito, setor do qual compartilhavam ainda os americanos e franceses. A participação de judeus espanhóis e árabes foi principalmente nas atividades de escritório e contabilidade comercial, dos portugueses e italianos no comércio por atacado e varejo. Os imigrantes de um modo geral deram significativa contribuição na organização dos serviços terciários de natureza privada, numa região que dava os primeiros passos na esfera do capital mercantil