A alegoria do patrimônio
A autora começa por discutir a mudança no conceito da palavra patrimônio (antes “ligado às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de uma sociedade estável, enraizado no espaço e no tempo”); que foi “requalificada por diversos adjetivos” (Pág 11). Escolhe como categoria exemplar o patrimônio histórico representado pelas edificações para ilustrar a política patrimonial francesa. Ao fazer esta distinção observa-se um diálogo com Poulot; a ênfase no peso histórico e cultural ilustra enraizamento no tempo somado ao potencial simbólico.
Domínio patrimonial, noção de monumento histórico e práticas de conservação são avaliadas na Europa e em outros países em diversos momentos no tempo. Há a afirmativa de que o sec. XX “força as portas do domínio patrimonial” (Pág 13), principalmente após a década de 60. Discute-se novos critérios para não se perder nenhum detalhe histórico significativo, incluindo a prática de não “destruir” os antigos monumentos com a finalidade de conter a ação do tempo (embelezamento. Esta prática confronta-se com a alegação da coexistência de estilos, enriquecendo e evidenciando a complexidade da discussão.
Para aprofundar na questão do patrimônio e seus desdobramentos a autora diferencia monumento e monumento histórico. O monumento: artefato edificado por uma comunidade, dotado de memória, afetividade e identidade. Aos poucos vai perdendo valor memorial e ganhando outros significados mais próximos da arqueologia. Monumento passa a significar poder, grandiosidade e expressão artística.
A escrita aparece como elemento fundamental desencadeador deste processo; “prática do esquecimento” (Pág 21). A Imprensa fornece á escrita uma força e respeitabilidade. Golpe na valoração da memória? Aqui