A alegoria da mulher em derrida e nietzsche
A humanidade é inclinada a um perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder que cessa apenas com a morte.
A afirmação de Hobbes sobre o desejo de poder não foi recebida sem indignação: tal inclinação não pode ser natural, mas própria de homens corrompidos; revela o comportamento do homem burguês; é a suma do egoísmo e do individualismo possessivo.
De Bramhall a Strauss, passando por Rousseau, temos a recusa de que o desejo de poder e mais poder revele uma característica natural do homem, independente de considerações morais e talvez isso também pareça estanho ou mesmo absurdo para alguém aqui.
Hobbes, no entanto, ainda que reconheça a potencialidade belicosa dessa paixão, entende que se trata de uma tendência de todos os homens enquanto seres naturais, não estando sujeita a nenhum tipo de juízo de valor, já que o comportamento humano natural não é bom ou mau, certo ou errado, noções ausentes no domínio da natureza.
Hobbes retira a carga valorativa do comportamento humano natural e coerentemente, faz o mesmo com a Ética (ou filosofia moral): um ramo da filosofia que estuda as capacidades, as disposições e os costumes humanos a partir da aplicação no homem das leis da física que regem o comportamento dos corpos em geral; e não um campo do conhecimento que encontra ou fundamenta na natureza a doutrina autêntica do justo e do injusto, do bem e do mal.
É certo que a política desfruta de independência em relação às ciências anteriores, mas isso não exclui a conexão e a compatibilidade evidentes entre a visão hobbesiana acerca do homem e a concepção mecânica da natureza, por ele sustentada. E é justamente essa conexão, manifesta explicitamente no Elements of Law e no Leviatã, que permite a Hobbes retirar da política qualquer fundamento moral.
Hobbes retira o valor do fato: é bom tudo aquilo que contribui para a preservação da vida e para a continuidade dos nossos movimentos internos e externos. Analogamente, o