A Agricultura Moderna
A agricultura moderna, sobretudo a partir dos anos 50, priorizou um modelo tecnológico baseado no preparo intensivo do solo, no uso de adubos minerais de alta solubilidade e agrotóxicos. Esse modelo elevou a produtividade das culturas, mas gerou incontestáveis problemas ambientais, com destaque para a degradação dos solos por erosão, perda de matéria orgânica e compactação, devido à adoção de práticas agrícolas inadequadas, e os consequentes impactos sobre os recursos hídricos.
Por outro lado, a crescente preocupação da sociedade com o meio ambiente tem produzido reflexos nos sistemas de produção agrícola, uma vez que a demanda mundial por alimentos mais saudáveis, produzidos através de modelos produtivos sustentáveis, se consolida.
A agricultura orgânica vem se destacando como uma alternativa aos tradicionais usos agrícolas, uma vez que é baseada em princípios ecológicos e de conservação dos recursos naturais. Este sistema de produção teve origem nos anos 30, sendo seu fundador Sir Albert Howard, para quem "a verdadeira fertilidade dos solos deve estar assentada sobre um amplo suprimento de matéria orgânica e principalmente na manutenção de elevados níveis de húmus no solo" (HOWARD, 2007).
A agricultura orgânica é frequentemente entendida apenas como um cultivo
“sem agrotóxicos”, mas o conceito é bem mais amplo. Segundo PASCHOAL (1994), a agricultura orgânica visa o estabelecimento de sistemas agrícolas ecologicamente equilibrados e estáveis, economicamente produtivos em pequena, média e grande escala, de elevada eficiência quanto à utilização dos recursos naturais.
A Lei Federal n.o 10.831 de 23 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica, em seu artigo primeiro reforça a importância da adequada utilização dos recursos naturais e estabelece, como uma das nove finalidades, a de promover um uso saudável do solo, da água e do ar e reduzir ao mínimo, todas as formas de contaminações desses elementos que possam