A afetividade como prática pedagógica para a alfabetização
Qual a importância de integrar a afetividade à prática pedagógica? Como ela pode interferir na vida do aluno, e do professor, a ponto de mudar a realidade educacional na qual vivemos hoje?
Ano após ano parece que a discussão dos profissionais de educação continua sempre a mesma: "por que os alunos não querem mais aprender? O sistema de avaliação não está bom? A qualificação profissional dos professores ainda permanece insuficiente? Quais metodologias usar? Que conteúdos ensinar? O nível dos alunos baixou?...". São dúvidas, questionamentos e tentativas de explicações para o alto número de alunos que ficam para a recuperação no fim do ano, a queda no percentual de aprovação, os altos índices de evasão, entre outros problemas como as dificuldades de leitura, escrita e cálculo.
Com o intuito de ajudar educadores, educandos e a comunidade em geral no que diz respeito a um melhoramento na qualidade do ensino, sugerimos uma reflexão na relação afetiva educador-educando, para se obter bons resultados na aprendizagem, pois aquele aluno que vê, em seu educador, um amigo, um companheiro, um colaborador, evita causar-lhe desgostos, quer ser como ele, adota, quase que inconscientemente, uma conduta de respeito, cooperação e atenção nas suas aulas, frutificando uma assimilação mais rápida e consistente do conteúdo por ele ministrado.
Intrinsecamente ligada à cognição, a afetividade constitui-se fator essencial na vida escolar, devendo, pois o professor, sobretudo da Educação Infantil, estar ciente dos problemas que pode enfrentar e estar preparado para resolvê-los. Isso porque muitas crianças revelam rejeição à escola devido a uma primeira infância tumultuada e carente de afetividade, principalmente da figura materna. E ao chegar à escola não encontrando este apoio emocional e afetivo, começa a surgir dificuldades na aquisição de todas as ferramentas necessárias para a sua alfabetização, e então este educando é empurrado pelo sistema, para os anos posteriores,