zumbi
Subamos todos no muro. Em cima do muro não é preciso muita ginástica intelectual para explicar tantas contradições – mesmo porque não há muito espaço. E, olha: até o clima é melhor.
Por exemplo: Cuba. Há anos a esquerda brasileira é obrigada a preservar sua admiração pela pequena ilha que se transformou de bordel dos Estados Unidos numa imperfeita mas válida experiência de equalização social, com ênfase em educação e saúde públicas (e de independência, nas barbas dos seus antigos donos), de fatos inegáveis da ilha como a repressão à dissidência, a falta de pluralismo político e o culto à personalidade de um infindável Fidel. E fica fazendo repetidas variações em torno da velha máxima de que fins nobres justificam meios sujos. De cima do muro, pode-se admirar o admirável e lamentar o lamentável sem ter que recorrer a máximas. Em cima do muro não há julgamentos absolutos.
A direita brasileira está num dilema parecido com relação a Honduras. Não pode, sem o risco de ser chamada de hipócrita, dizer