Zoneamento e Risco Ambiental
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE CONCEITOS UTILIZADOS EM
TRABALHOS DE ZONEAMENTO DE RISCO DE INUNDAÇÕES
Introdução
Silene Raquel Saueressig1
Luis Eduardo de Souza Robaina2
As inundações e as enchentes são grandes responsáveis por um número elevado de perdas humanas e materiais todos os anos. De acordo com Santos (2007, p.10), “avaliase que, no Brasil, os desastres naturais mais comuns são as enchentes, a seca, a erosão e os escorregamentos ou deslizamentos de terra”.
Reckziegel (2007, p.110) em seu trabalho sobre Desastres Desencadeados por
Eventos Naturais no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1980 a 2005, apontou o registro de 1.258 ocorrências de desastres desencadeados por enchentes, sendo que foram homologados 571 decretos de Situação de Emergência e 42 de Estado de
Calamidade Pública.
A par destas considerações, o zoneamento de áreas de risco a inundações constitui se em uma importante medida nãoestrutural de mitigação aos problemas causados pelas inundações. Nesse sentido, este artigo busca realizar um levantamento conceitual com relação a alguns termos de grande relevância para o desenvolvimento de um zoneamento de risco a inundação, em especial com relação aos conceitos de perigo, risco e vulnerabilidade e, também, utilizarse de algumas metodologias de zoneamento, sugeridas por alguns autores, para um melhor entendimento dos conceitos dos termos citados acima.
Zoneamento de risco a inundação
A elaboração do zoneamento de uma área corresponde a uma medida nãoestrutural.
Essas medidas são entendidas e consideradas como tecnologias brandas e que, normalmente, tem custo muito mais baixo do que as medidas estruturais as quais constituemse, geralmente, em obras de engenharia. Contudo, as medidas nãoestruturais apresentam bons resultados, e estão relacionadas às políticas urbanas, planejamento, legislação, pesquisa, educação, entre outras (IPT, 2007, p. 135).
¹ Mestranda do Curso de PósGraduação em Geografia