Yunus, Mundo sem pobreza - Resenha
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UM MUNDO SEM POBREZA:
A EMPRESA SOCIAL E O
FUTURO DO CAPITALISMO
Resenha do livro Um mundo sem pobreza: a empresa social e o futuro do capitalismo, de Muhammad Yunus
São Paulo: Ática, 2008, 263p.
Cassiano Ricardo Martines Bovo*
Muhammad Yunus se tornou famoso por ter criado o maior banco de microcrédito do mundo, o Grameen Bank, e por ter escrito o best-seller O banqueiro dos pobres. Desde o surgimento do banco em questão, o autor criou várias outras empresas, e essa empreitada redundou no recebimento do Prêmio Nobel da Paz, juntamente com o Grameen Bank.
Em Um mundo sem pobreza, Yunus volta a tratar do Grameen Bank, mas adiciona vários outros ingredientes que dão uma nova visão para a luta contra a pobreza. O livro está dividido em três partes e é constituído por 11 capítulos, além de um posfácio, que é a reprodução do seu discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel.
Na primeira parte, denominada “A promessa da empresa social”, há exposta a sua ideia principal que vai permear todo o texto: trata-se da empresa social, vista como solução para superar a pobreza no mundo. Esta é voltada para a solução de problemas sociais e ambientais e opera como qualquer outro empreendimento convencional, envolvendo a necessidade de ser competitivo e estruturado da maneira mais eficiente possível. No entanto, esse tem uma diferença: não distribui dividendos aos acionistas. A ideia é que a empresa pague aqueles que a financiaram, mas o lucro, ao invés de ser distribuído, fica retido para investimento na própria companhia. Isso fica evidente na seguinte passagem:
* Mestre em Economia pela PUC-SP, doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP, e-mail: cassiano. bovo@terra.com.br R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 13(1): 159-162, jan./abr. 2009
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