Yunus Entrevista
10 perguntas para Muhammad Yunus
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006, o economista bengalês Muhammad Yunus é conhecido mundialmente como o banqueiro dos pobres.
Por Nicholas Vital
Fundador do Grameen Bank, instituição dedicada ao microcrédito, Yunus deve abrir em São Paulo, ainda neste ano, sua primeira subsidiária na América Latina. Segundo ele, os pobres de Bangladesh enfrentam os mesmos problemas e desafios dos pobres em qualquer parte do mundo. Em entrevista à DINHEIRO, Yunus conta como pretende ajudar a reduzir a pobreza no mundo.
"Em cinco anos, poderemos atender 10 mil famílias no Brasil"
DINHEIRO – O que levou o senhor a fundar um banco dedicado exclusivamente aos pobres?
YUNUS – Os bancos tradicionais não possuem serviços que atendam às necessidades dos pobres, o que diminui consideravelmente a possibilidade de geração de renda. Eu acredito em um sistema bancário mais democrático. O Grameen Bank tem a missão de levar o microcrédito ao maior número de pessoas possível.
DINHEIRO – O que mudou no Grameen Bank desde que o senhor ganhou o Prêmio Nobel?
YUNUS – Este é um prêmio que chama a atenção do mundo todo. É uma oportunidade de mostrar um projeto que vem crescendo ano após ano. Antes eu achava que ninguém estava prestando atenção em mim, como se eu gritasse e ninguém escutasse. Mas agora, eles escutam.
DINHEIRO – Como a crise afetou o banco?
YUNUS – Felizmente, a crise não nos afetou. Desde que o banco surgiu, em 1976, tem dado lucro. O Grameen Bank é 100% sustentável. Não dependemos de doações.
DINHEIRO – Com a crise, mais pessoas ficaram mais pobres?
YUNUS – A crise afetou pobres em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento, que dependem muito de dinheiro público. Não tenho dados sobre o aumento de pobres. Nosso número de clientes se manteve estável.
DINHEIRO – O que trouxe o Grameen Bank ao Brasil?
YUNUS – Hoje vemos uma