Yoshi Oida, o ator invisível
Que se esconde e não quer ser visto: um homem invisível.
Classe gramatical: adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino
Separação das sílabas: in-vi-sí-vel Ator invisível, o ator que escapa a vista. Logo no prefácio de Peter Brook já se mostra o sabor que o livro e o seu autor têm, de descontração, ensinamentos e de “orientalidade”. Yoshi Oida, um intérprete que conseguiu dar tanta potencialidade ao seu trabalho a ponto de torná-lo invisível, compartilha um pouco de suas histórias, bagagens e aprendizados nesta obra que teve por colaboração Lona Marshall.
Um dos maiores diferenciais do livro é a sua forma, ao contrário de outros livros do gênero que dão mais enfoque na parte teórica, Oida narra com um foco claro na prática, tanto que em certa parte do livro ele até cita o paradoxo existente: ele diz que o trabalho do ator deve ser criado inteiramente a partir de suas próprias existências e práticas, logo a existência deste livro já seria algo “errado”. E o livro é escrito baseado na própria vivência do autor, não é algo “inventado” e muito menos um manual, em vários momentos da leitura pode-se encontrar um “eu acho”, “não tenho certeza”. Essa não certeza é o que da mais vivacidade e um tom artístico-experimental ao texto.
O texto é iniciado com ensinamentos sobre os “materiais” do ator, o corpo e o nosso local de trabalho. Para o local de trabalho, ele nos mostra uma das limpezas que pode ser feita, no caso ele usa uma de tradição oriental. O ato serve para além de limpar somente o local, mas a mente também. Tirar o ator do seu estado cotidiano e encaminhá-lo para um estado de prontidão.
Acho muito interessante este cuidado com o espaço, já tive experiência de limpa-lo diariamente antes dos inícios de trabalho e é perceptível a mudança do estado corporal/mental dos atores e do tratamento dado ao espaço. È um