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A vida moderna com todas as suas complexidades, pode também ser considerada como portadora do martírio do medo.
O ser humano, embora aquinhoado pelos valiosos contributos da Ciência e da Tecnologia, conquistando, cada vez mais, mais espaço e penetrando mais fundo no milagre das micropartículas, ao invés de apresentar um coeficiente superior de harmonia e de felicidade, padece conjunturas impalpáveis no mundo inteiro íntimo, que se expressam ou se escamoteiam em formas de medo Terra, a ditadura do medo.
Vive-se na Terra, a ditadura do medo.
Não somente das barbáries do terrorismo internacional, das guerras monstruosas, das epidemias destruidoras, dos desastres naturais ou de veículos motorizados, mas também, e principalmente, daquele que se deriva de inúmeros conflitos que não têm sido detectados nem resolvidos com segurança.
O medo, no entanto, é um fenômeno normal da vida, quando se está diante do desconhecido ou na expectativa de algum resultado, como fruto da insegurança emocional.
Por que não ama conforme deveria, o indivíduo opta pela fuga através do medo aos enfrentamentos que lhe podem oferecer equilíbrio e paz.
Aturdido por conflitos psicológicos, permite-se o medo como atitude preventiva a dissabores ou a incompreensões, aquartelando-se nas suas sombras, sem viver em plenitude, evitando as experiências que podem contribuir em favor da sua auto-realizção.
Por consequência, foge de todos, mesmo quando loquaz e palrador, aparentemente extrovertido, embora sofrendo a constrição perturbadora da ausência de auto-estima e de autivalorização.
O medo inibe as belas florações da amizade e dos ideais superiores da vida, que dão sentido e significado existencial ao ser.
Tem-se medo de amar, acreditando-se na possibilidade da traição ou do abandono, de interesses escusos ou de apenas necessidade de companhia, elegendo-se a solidão ou ao acompanhamento de pessoas descartáveis, com as quais não se firmam laços de real