Xamã e Psicanalise

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>> Basicamente tanto a psicanalise bem como o xamanismo buscam a melhoria do doente através de uma experiência que se dá por meio de um conhecimento progressivo que leva seus conflitos a um livre desenvolvimento acarretando a um desenlace, experiência denominada na psicanalise como abreação. A abordagem de ambas as artes (psicanalise e xamanismo) assemelham-se e diferem-se também numa questão mítica: “(...) num caso, é um mito individual que o doente constrói com a ajuda de elementos tirados de seu passado [“ tesouro individual]; no outro, é um mito social, que o doente recebe do exterior, e que não corresponde a um antigo estado pessoal [tradição coletiva].” O texto ainda nos aponta outra diferenciação, o psicanalista num primeiro momento escuta os problemas e as queixas de seu “doente” para mais tarde falar, baseado na analise do que lhe foi relatado; ao passo que o xama fala por seu doente, interroga-o brevemente para realizar uma oração de acordo com aquilo que para ele é correto, aquilo que há em si.
Há uma questão de significado e significante que aproxima estas artes de forma ainda mais admirável, para a resolução da problemática tanto um quanto outro vão além da linguagem verbal, apelando para algo que está para além do consciente, criando uma nova linguagem a partir de uma “carga simbólica”. Indo ainda mais além o texto propõe uma analogia Freudiana sobre a eficácia simbólica que consistiria para os dois métodos uma reestruturação ou reorganização estrutural, que conduzisse o doente a viver intensamente um mito, num nível inconsciente alterando assim o físico.
>> A simbologia apresentada no texto conceitua o xamã para muito além de apenas um médico indígena, demonstra que no caso especifico dos Cuna, este ícone (o xamã), ministra o canto sem qualquer alteração de sua consciência “não parece exigir, da parte do oficiante, um êxtase ou uma passagem a um segundo estado.”, seu valor simbólico esta de forma muito estreitamente ligado ao sobrenatural.
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